Oslo, Noruega…[ASN] A ganhadora do Prêmio
Nobel da Paz deste ano, Leymah Gbowee deu a Agência Adventista de
Desenvolvimento e Recursos Assistenciais – ADRA Noruega e a ADRA
Libéria, novas perspectivas sobre a perda de seus trabalhadores na
Libéria em 2003. Leynah havia se encontrado com Kare Lund e os
trabalhadores da ADRA no mesmo dia em que eles foram mortos. Eles se
encontraram no mesmo posto de inspeção, com os mesmos soldados. Naquela
noite, quando ela chegou em Monróvia, ela ouviu a notícia de que os
trabalhadores da ADRA estavam desaparecidos.
A ADRA
Noruega tem uma história especial com a Libéria e com o movimento de
paz, o qual, está por trás destas mulheres Liberianas que, neste fim de
semana, foram premiadas com o Prêmio Nobel da Paz. A ADRA está presente
na Libéria por décadas. Durante a Guerra civil no início da década de
2000, a ADRA Noruega e a ADRA Libéria trabalharam juntas em uma operação
de emergência para Liberianos que haviam retornado para casa depois de
um tempo como refugiados na Costa do Marfim. Durante uma viagem para
monitorar o progresso do projeto, o diretor da ADRA Noruega Kare Lund, o
diretor da ADRA Libéria e o motorista que estava com eles, foram mortos
por “soldados do governo”. Os detalhes sobre este incidente continuam
sem ser esclarecidos, mas é sabido, que estes soldados sem disciplina,
estavam procurando alguma coisa de valor para seu próprio benefício. A
guerra civil na Libéria tinha então tomado a vida de três pessoas que
haviam dedicado suas vidas para salvar outros. As famílias destes homens
– eles eram todos casados, pais e irmãos – sofreram uma perda
irreparável de entes queridos e a ADRA perdeu alguns de seus melhores
trabalhadores.
“Sexta-feira passada, 9 de dezembro, eu
juntamente com a viúva e a filha de Kare Lund e o diretor da ADRA
Libéria, tivemos o prazer de nos reunir com as duas ganhadoras do Prêmio
Nobel da Paz, que são da Libéria, a Presidente Ellen Johnson Sirleaf e
Leymah Gbowee. Nosso pedido para nos encontrarmos com as ganhadoras do
Nobel não era somente para parabenizá-las, mas também para oferecer uma
oportunidade a elas de se encontrarem com Christel Lund, a viúva de
Kare, e para assegurar o continuo apoio da ADRA e de nosso compromisso
com a Libéria, apesar dos incidentes de 2003.
Como líder de nossa junta diretiva, eu
iria para falar sobre o trabalho da ADRA na Libéria e esperava ouvir as
ganhadoras do Nobel falarem de suas conquistas, vitórias políticas e
visão para o futuro da Libéria. A reunião transformou-se então em um
encontro bastante pessoal entre estas mulheres, que de diferentes
maneiras haviam lutado pela paz na Libéria.
Soubemos então que ambas, presidente
Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee tinham bastante conhecimento sobre os
eventos que haviam estremecido a ADRA e as famílias destes homens em
2003. Durante a reunião, a presidente Johnson Sirleaf explicou que o
assassinato dos trabalhadores da ADRA e outros eventos similares foram
levados a cabo por falsos soldados que não tinham nem dinheiro nem
disciplina. Ela falou sobre um ano muito difícil para a Libéria, e que
afetou também pessoas que visitavam e que trabalhavam no país. Os
Liberianos mataram seu próprio povo, estupraram mulheres e crianças, e
atacaram aqueles que tentavam ajudar.
Mas foi Leymah Gbowee que nos deu novas
perspectivas sobre a perda de nossos trabalhadores. Sua história
impressionante é que ela e seus trabalhadores haviam se encontrado com
os três trabalhadores da ADRA no dia em que eles foram mortos. Eles
haviam se encontrado num ponto de inspeção e foram abordados pelos
mesmos soldados. Naquela noite quando ela chegou em Monróvia, ela ouviu
que os trabalhadores da ADRA haviam desaparecido.
Gbowee então afirmou que o horrível
assassinato dos trabalhadores da ADRA foi uma inspiração para ela, e que
culminou em seu trabalho como assistente social, e que levou-a a
dedicar-se com toda a sua força a trabalhar pela paz e pelo direito das
mulheres. O assassinato dos trabalhadores da ADRA deu um novo momentum
para os esforços de paz, e este inspirado movimento pela paz foi
reconhecido através do Prêmio Nobel da Paz na cidade de Oslo neste fim
de semana.
Estes entes queridos jamais serão
substituídos. Mas a história da presidente Johnson Sirleaf e de Leymah
Gbowee nos deu uma nova fé no trabalho da ADRA – ou seja, aquilo que
fazemos é importante! Neste dia, nós recebemos a confirmação de que eles
morreram fazendo um trabalho significativo que representava muito para
muitos. “Isto não diminui a dor da perda, mas cria um orgulho maior pelo
trabalho que ele fez,” escreve a filha de Kare Lund, Annika, em seu
blog.
A lição dada por Tawakkol Karman sobre
protestos de rua é real: ‘Juntos realizaremos nossos sonhos’. É um
privilégio a ADRA poder encontrar-se com estas grandes mulheres. Aquelas
que transformam o mundo, uma vida de cada vez.” [Artigo de Geir Olav
Lisle - ADRA Noruega / tradução de Paulo Lopes – ADRA Brasil]
fonte: http://setimodia.wordpress.com/category/noticias-iasd/